Os que são regidos por Outono formam orquestra
no silêncio. Têm postura amarela por tanto carregarem
o peso das decepções. Pesam neles o amor, este tão belo amor,
porque o amor é o primeiro a sentir frio com ventos outonais.
Os que são regidos por Outono
são dissindentes das leis: fazem-na a fogo, constituem novas
no vento. Comemoram sempre com vinho.
Às vezes se desesperam, esses de Outono,
mas estão destinados a esperar. Para todo o sempre
e dizem, aos ventos, aos mares, dizem porque só lhes restam dizer:
o amor nasceu sob as vestes outonais, rasgando papéis de seda,
libertando os fracos, acudindo os loucos, mobiliando a casa:
sempre esperam
com vinho e pouca luz.